Terminou o ano!!!

Olá a todos...

Já deviam pensar que nos tínhamos calado de vez mas não foi bem isso...
Nas duas sessões passadas estivemos muito atarefados a concluir um trabalho que os alunos do 2º ano tinham começado anteriormente. Lembram-se de termos dito que iam fazer o seu bilhete de identidade??? Foi neste dia (cliquem aqui).

Pois é, nessa sessão começaram a registar algumas coisas sobre si próprios nas suas folhas de registos e depois foram completando ao longo do tempo. Alguns foram saber bem qual a sua altura e peso, outros foram pesquisar sobre os animais de que gostavam mais, outros sobre os países que gostavam de ir visitar...

Agora faltava completar com as imagens necessárias. E foi isso que fizeram no dia 15. De tarde, fomos todos para a sala dos computadores e eles estiveram no paint a trabalhar muito afincadamente. Também tirámos uma foto todos juntos.
Aqui ficam os seus auto-retratos para todos os conhecerem. Já viram como todos estão a sorrir, é bom sinal, não é???

E agora o que se vai fazer com todo esse material???

A professora Sara e a Madalena estiveram, no passado dia 22, a digitalizar os trabalhos, a colocar as caritas deles e as imagens que construiram (dos animais ou dos locais a visitar) nos espaços próprios dos BI.
A Sara vai agora imprimir e fazer um livro com esses materiais todos e com a ajuda de um dos pais vai conseguir arranjar uma cópia desse livro para cada um dos alunos.
Acho que, daqui a uns anos (quando tiverem 20 anos, já muito mais crescidos) ao olhar para ele, vão-se lembrar com carinho deste ano engraçado das suas vidas.
Espero que gostem de o receber, talvez na próxima 2ª feira.

Eu gostei imenso de trabalhar com todos vocês. Aprendi imenso e ficava sempre muito mais viva depois das nossas sessões.

Mas não foi só com os alunos do 2º ano que eu gostei de trabalhar...
Os alunos do 4º ano já eram mais crescidos e as actividades que fizemos foram bem diferentes mas também foi muito bom estar com eles. A sua imaginação estava sempre pronta para todos os desafios e a curiosidade estava bem alerta.
Espero que nunca percam essas duas características, tão necessárias para aprenderem ao longo da vossa vida.

Desejo-vos a todos muito boas férias e no próximo ano vamos com certeza encontrar-nos. Até lá de vez em quando eu vou deixar aqui algumas prenditas para vocês por isso venham cá de vez em quando.

Que situações escolheram???

Então o que é que resultou da última sessão com os alunos do 4º ano? Muitas ideias, e como sempre muita vontade de partilhar as histórias que vivem... ou que conhecem!

Depois de termos conversado sobre essa "coisa" de se procurar ver o mundo do ponto de vista dos outros desafiei-os a pensar em situações sobre as quais tivessem curiosidade. Ou seja, que se colocassem nos "sapatos" de outros e registassem (escrevessem ou desenhassem) algumas das questões que lhes vinham à ideia sobre essas situações.

Curiosamente muitos perguntavam "mas temos de saber as respostas?". Afinal estamos na escola, mas claro que os descansei. O importante era eles soltarem a imaginação e tentarem fazer perguntas, mesmo esquisitas, mesmo sem saber as respostas.
Todos sabemos que o grande motor da procura do conhecimento são as perguntas que nos intrigam. E para nos entusiasmarmos a tentar saber mais é preciso arriscar fazer perguntas, boas perguntas!

Para lhes mostrar que o importante é perguntar, e que não há mal nenhum em achar que não sabe a resposta, falei-lhes de um livro escrito por João dos Santos, um psicanalista infantil (que já morreu) mas de que eu gostava muito (para saber mais clicar aqui). O título desse livro era esta pergunta: "Se não sabe porque é que pergunta?" (ver o livro aqui).
Expliquei-lhes que a ideia é que quando fazemos uma pergunta já estamos a organizar ideias que nos podem ajudar a encontrar a resposta.

Então, já mais descansados, deitaram mãos à obra e sairam muitas questões, muitas ideias, e de natureza bem diferente. Umas vezes já colocavam respostas e algumas delas bem curiosas (por isso as partilhei aqui...). Acho que podem ser bons pontos de partida para conversarem mais, por exemplo, com os pais, com amigos, com os avós, com o professor.

Aqui ficam algumas das questões que eles registaram - quase todas em palavras mas também dois desenhos.

Sobre formigas:
- o que sentiriam se caissem da torre Eifel?
- como dormem?
- como se deslocam no mundo?
- como nos vêem?
- será que têm sentimentos?
- como é que ouvem?

Como será ser um panda e sair do seu habitat natural? Como pode encontrar comida?

Como será a vida de um político?

Como é será ser-se morto? Como será estar dentro de um caixão, mas vivo?

Como é perder os pais ao vivo?

Como será a vida em cadeira de rodas? e a de um mudo (surdo)?

Como sente um macaco quando observa o mundo que existe fora da jaula?

Como é que os pássaros vêem o fogo?

Como é que os amigos pensam de nós?

Como será:
- ser rapariga (é ser atrevida)?
- ser rapaz (é ser chato)?
- ser adulto (é ser mais alto e inteligente!)?
- ser um recém-nascido que fica sozinho?
- ser um mágico?
- ser uma boneca? ser famosa?
- ser uma borracha?
- ser computador? como é que o PC consegue ler o que escrevemos?
- ser um vírus?

Como é que a primeira pessoa do mundo nasceu? De onde é que nasceu o mundo?

O que é que se verá quando se olhar para baixo de uma altura de 99999?

Não acham interessantes estas questões? Eu fiquei agradavelmente surpreendida. E eles claramente gostaram da actividade.

No final alguns manifestaram o desejo de construir um livro com estas questões. Acho que era uma ideia muito gira. Será que a vão concretizar ainda este ano na escola ou vão fazê-lo nas férias???

Podiam fazê-lo em papel mas também podiam fazer um livro digital. Por exemplo, podiam:
- usar algum dos programas que existem no Magalhães (alguns já têm e já usam)
- usar ferrramentas que estão na net.
Mas para estas precisam de alguma ajuda, por exemplo, dos pais ou irmãos mais velhos, ou fazerem com o vosso professor.
Aqui ficam dois sítios onde podem criar e partilhar livros digitais:
Livros Interactive Multimedia (aqui)
Book Builder (aqui)

Bem, e esta foi a minha última ssessão com estes pequenos e pequenas. Foram poucas mas eu gostei muito de os conhecer e de estar com eles. Aprendi imenso do mundo deles e de como pensam e o que os entusiasma. Espero que eles tenham gostado também...

Pensar de um outro ponto de vista

O meu gato gosta muito de observar o mundo. Aqui ficam algumas imagens dos seus momentos de observação.

Hoje, quando o observava, dei comigo a pensar...

"Como é que ele nos vê? Será que consigo imaginar a forma como ele vê o espaço? E será que ele pensa sobre nós?"

Então pensei que talvez fosse interessante desafiar os alunos do 4º ano (amanhã é dia de estar com eles) para exercitarem a sua imaginação colocando-se no ponto de vista de outra pessoa ou de um animal. Afinal, é isso que acontece nas histórias que os escritores constroem, não é?

Pois é isso mesmo que vou fazer amanhã.

Vou desafiar a que, 2 a 2, trabalhem sobre uma destas situações:

- Como será a sala de aula do ponto de vista de um animal voador que entre pela janela? E se for uma fomiga que entre pela porta? E como é que eles sentem os sons e os cheiros?
- Como seria a vida, na escola, para um aluno que tivesse de se deslocar em cadeira de rodas? E como é para as pessoas que andam em cadeiras de rodas nas ruas de Oeiras?
- Como é que os alunos com dificuldades de visão sentem o espaço da escola? Como é que lêem? Como é que escrevem? Gostam de ver televisão?
- E como é que as crianças surdas comunicam com os outros? Como é que elas se orientam a andar na estrada?

Vou desafiá-los a:
- escrever algumas ideias sobre ela,
- identificar alguns dos problemas que imaginam que terão e imaginar formas de os resolver,
- colocar questões que os intriguem e pensar como obter as respostas,
- desenhar o espaço da sala de aula do ponto de vista do animal ou da pessoa que escolheram

Será que eles vão gostar?
Espero que se divirtam mas também que percebam um pouco da vida, vista do lado de outros...

As histórias que lemos e os medos que partilhámos

Olá de novo

Como estava planeado estive com os alunos do 2º ano e lemos histórias do livro escrito pela Madalena, o Francisco e a Isabel...

Mas eu li 2 histórias diferentes das que tinha pensado. Foram O Dragão da Teresa e O Regresso da Bruxa Lucília.

Querem ler um bocadinho de cada uma? Aqui vai... só para se lembrarem:

O Dragão da Teresa
...
Há muito tempo que o dragão dizia que um dia tinha de se ir embora, mas a Teresa punha a sua voz mais querida e dizia sempre:
- Por favor! Fica mais uns dias! Tenho medo de adormecer quando não estás no meu quarto...

Pois é, ela não tinha medo do dragão, ele ajudava-a a afugentar os medos das outras coisas...

E aqui fica um pouco da outra:

O Regresso da Bruxa Lucília
...
- Pai, está ali uma bruxa a bater à minha janela, e a dizer que quer dormir no meu quarto. Diz que é sua amiga.
O Francisco sentou-se na cama, sobressaltado:
- Filho, que disparate!!! Uma bruxa a bater à janela e a dizer que é minha amiga???

As histórias demoraram mais do que um minuto e meio a ler, claro. Mas também, contar uma história é uma coisa séria, deve ser saboreada,... criando um certo clima!

Estas eram histórias pequenas e, por isso, eles não ficaram nada maçados. Além disso, eram histórias engraçadas que falavam de coisas difícies que eles também sentem. Mas que tinha ideias bem humoradas para ajudar a ultrapassar os medos e a resolver as situações difícies.

Claro que apeteceu começar a falar dos nossos medos. Sim, dos nossos, que as pessoas crescidas também têm medos. Bem, dos medos e dos nojos, como sugeriu um deles!

"Madalena, a minha mãe não gosta de ratos mas eu acho que não é bem medo, é nojo! Também podemos falar também dos nojos?"

E curiosamente havia também boas ideias para estratégias de aprender a ultrapassar os medos.

Então lembrámo-nos de fazer grupos para partilhar os medos e descobrir em conjunto estratégias de os ultrapassar. Demos uma cartolina grande e algumas canetas gordas a cada grupo para eles escreverem as suas ideias.

Foi bem giro ver como se ajudaram, alguns a sugerirem estratégias para os medos dos outros (ou seria para os medos deles???).

Aqui ficam as fontes de medos e as estratégias encontradas:

Medos (e nojos)
tirar sangue
animais - alforrecas, ratazanas, cães, aranhas, tubarões, leões, cobras e serpentes, crocodilo, javali, caranguejo, formigas, lagartichas, escorpião, gafanhotos, pit bull
as sombras do meu quarto
do escuro

Estratégias
pôr os pés à beira de água (para quem tem medo de alforrecas)
brincar com os cães mais pequenos, ir a um canil e passar algum tempo com os cães
ficar algum tempo a ver um gafanhoto
habituar-me
fazer amigos
o pai, a mãe, os amigos, o meu irmão
ver as sombras mais vezes
pôr luz

A ideia que um grupo teve de incluir os nojos fez-me lembrar que, em tempos, houve uma exposição no Pavilhão do Conhecimento (no Parque das Nações em Lisboa) que se chamava Knojo! A Ciência Indiscreta do Corpo Humano

Vão espreitar ao site (cliquem aqui) onde encontram imagens da exposição e a explicação dos módulos da exposição. Aí podem encontrar algumas ideias para saberem responder a perguntas como estas:
O que provoca o mau hálito? E o cheiro a suor? De onde vêm os barulhos estranhos que o estômago produz? De que são feitos os macacos do nariz?

Bom, esta foi uma divagação... mas acho que eles vão divertir-se com as perguntas... e talvez aprendam com as respostas.

Como perceberam gostei de estar com estes pequenotes e acho que eles gostaram das histórias...