2011-10-18

Novo romance de José Saramago, Claraboia

Acharão pelo título que há algo errado.
É verdade, José Saramago já faleceu, todavia, deixou alguns escritos por publicar e a sua família decidiu agora trazê-los ao conhecimento de todos.

Claraboia, romance escrito nos anos 1950 por José Saramago, chegou às livrariasde Portugal e do Brasil, nesta segunda-feira, 17 de outubro. O livro também está disponível em formato e-book.
Saramago enviou o livro à sua editora, quando terminou de escrevê-lo, na primeira semana de janeiro, de 1953, mas este nunca tinha sido publicado.
O romance andou perdido nos arquivos da editora até que foi encontrado nos anos 80.
No entanto, nessa altura, Saramago não autorizou a publicação do livro mas deu a opção aos seus herdeiros de o publicarem, após a sua morte.
Claraboia também está disponível para download, na livraria online da Leya, em www.mediabooks.com.

Poesia

VISTE O CAVALO VARADO A UMA VARANDA?

Viste o cavalo varado a uma varanda?
Era verde, azul e negro e sobretudo negro.
Sem assombro, vivo da cor, arco-íris quase.
E o aroma do estábulo penetrando a noite.

Do outro lado da margem ascendia outro astro
como uma lua nua ou como um sol suave
e o cavalo varado abria a noite inteira
ao aroma de Junho, aos cravos e aos dentes.

Uma língua de sabor para ficar na sombra
de todo um verão feliz e de uma sombra de água.
Viste o cavalo varado e toda a noite ouviste
o tambor do silêncio marcar a tua força

e tudo em ti jazia na noite do cavalo.


António Ramos Rosa, in Ciclo do Cavalo, 1975

Poesia

A palavra

A palavra é uma estátua submersa,
um leopardo que estremece em escuros bosques,uma anémona sobre uma cabeleira.
Por vezes é uma estrela que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite, cega e nua,mas vibrante de desejo como uma magnólia molhada.Rápida é a boca que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos,os cabelos ardentes e vejo uma água límpida numa concha marinha. É sempre um corpo amante e fugidio que canta num mar musical o sangue das vogais.

António Ramos Rosa, in Acordes(1989)

Aniversário do poeta António Ramos Rosa

Poeta e ensaísta português, natural de Faro, nasceu em 17 de outubro de 1924.
Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, Ramos Rosa veio para Lisboa, depois de ter passado a juventude em Faro. Na capital, vivendo intensamente a vitória dos Aliados, trabalhou no comércio, atividade que abandonou rapidamente para se dedicar à poesia. Nos anos cinquenta, foi um dos diretores das revistas Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia. Colaborou ainda com textos de crítica literária na Seara Nova e na Colóquio Letras, entre outras publicações periódicas. Como poeta, estreou-se na colectânea O Grito Claro (1958).
Ramos Rosa, também tradutor, escreveu dezenas de volumes de poesia, entre os quais Voz Inicial (1960), Sobre o Rosto da Terra (1961), Terrear (1964), A Constituição do Corpo (1969), A Pedra Nua (1972), Ciclo do Cavalo (1975), Incêndio dos Aspectos (1980), Volante Verde (1986, Grande Prémio de Poesia Inasset), Acordes (1989, Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores), Clamores (1992), Dezassete Poemas (1992), Lâmpadas Com Alguns Insectos (1993), O Teu Rosto (1994), O Navio da Matéria (1994), Três (1995), As Armas Imprecisas (1992, Delta, Pela Primeira Vez (1996) e A Mesa do Vento (1997, primeiramente editado em França), Pátria Soberana e Nova Ficção (2000). Entre os seus ensaios, contam-se Poesia, Liberdade Livre (1962), A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979), Incisões Oblíquas (1987), A Parede Azul (1991) e As Palavras (2001).
Recebeu numerosos prémios nacionais e estrangeiros, entre os quais o Prémio Pessoa, em 1988. É geralmente tido como um dos grandes poetas portugueses contemporâneos. Para Ramos Rosa, escrever é, sempre, a necessidade de respirar as palavras e de às palavras fornecer o frémito do ser, os pulmões do sonho, e, com elas, criar a dádiva do poeta.
Em 2001, o poeta lançou Antologia Poética, com prefácio e selecção de Ana Paula Coutinho Mendes

Dia Mundial da Alimentação

Durante esta semana, damos mais importância à alimentação.
Decorrem diversas atividades, em locais diferentes da Escola e dinamizadas por diversos professores.
Na BE está uma exposição bibliográfica.
Hoje, uma turma veio ouvir uma história sobre a roda dos alimentos e visualizar esculturas e desenhos feitos com alimentos.
Partilhámos os nossos saberes e todos aprendemos mais um pouco...

Mais desenhos...

Durante a semana em que assinalámos a presença do mar e a sua importância, fomos visitados pelos meninos do Colégio da Linha. Lançámos o desafio e eles aceitaram: fizeram desenhos para a nossa exposição.
Se já estava linda, ficou bem melhor...
Apareçam... apreciem...

2011-10-06

Exposição

Na nossa Biblioteca encontra-se uma exposição de trabalhos realizados pelos nossos alunos, sobre o poema da Sophia.

São desenhos lindos que merecem ser apreciados por todos. Aguardamos a vossa visita.

Mais uma vez, parabéns aos participantes!

Prémio Nobel da Literatura

O poeta sueco Tomas Tranströmer é o Prémio Nobel da Literatura de 2011, acaba de ser anunciado em Estocolmo pela Academia Sueca.

podes saber mais:
http://www.publico.pt/Cultura/tomas-transtromer-e-o-premio-nobel-da-literatura--1515270

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/10/sueco-thomas-transtromer-ganha-premio-nobel-de-literatura.html